Palavra Latente
Blog de publicação diária com poemas de José Vieira
14 de nov. de 2010
13 de nov. de 2010
Considerações sobre o voluntário ato de viver
Nunca percebo o passar do tempo através do relógio, o percebo somente pela alternância da intensidade e direção da luz, ou pelo comportamento metódico de um pássaro ao caminhar no dia. Aprendi antes de tudo contemplar o tempo e a conseqüente transformação de sua incessante passagem.
Sei agora que, alinhando-me a ele em total cumplicidade de esforço, o forço a se contemplar criando o espaço - tempo me permitindo existir produzindo de forma plena e saudável os alimentos que julgo serem fundamentais para meu bem viver; o pensar, o sentir, o fazer, o amar e o ser amado.
Não pretendo obter razão sobre circunstância alguma, pretendo sobre tudo ser feliz, dedicando meu tempo de indefinida duração nas atividades do fazer pleno. Sinto-me hoje mais velho que o tempo, e ser feliz “penso eu,” é sentir o tempo passar de forma favorável, me possibilitando dedicar desfrutando da arte do viver bem.
A razão a meu ver subsiste apenas circundada a situações das quais poucas, ou quase sempre nenhuma delas fazem sentido. Sobre as situações, ou melhor, dizendo,as ações nas quais me dedico por inteiro a razão não existe, pois não ha razão de existir.
Pois se no ato de amar a razão existir, ele, o amor será razoável.
Se para que o FAZER exista, seja preciso uma razão para tal, esse fazer deixará de existir, e o máximo que poderá ocorrer será a EXECUÇÃO razoável de uma tarefa mental, sentimental ou física, em processo contrario ao FAZER pleno de espontânea consciência.
Todo desrespeito traz consigo a razão ancorada nas costas, assim como todo desamor traz consigo uma razão marcada no peito. Pois se para que o amor exista a razão não necessita existir, para que o desamor exista basta apenas que a razão esteja ao teu lado.
4 de out. de 2010
1 de out. de 2010
31 de ago. de 2010
30 de ago. de 2010
29 de ago. de 2010
Photofobia
É preciso explodir o espaço amarelo
Arrancar-lhe com fúria a barba branca
Recriando o negro espaço infinito
27 de ago. de 2010
Lady Fruit
Doces olhos de jabuticaba
Ponteiam-lhe a face pêra
Envolta à linda boca moranga
Formando mágico abismo cítrico
Ponteiam-lhe a face pêra
Envolta à linda boca moranga
Formando mágico abismo cítrico
25 de ago. de 2010
Usura para Ezra Pound
Sacrifica-te por nada filisteu infeliz
O suor da usura brota-lhe à face
Fazendo só minguar-te a vida
Em infindas gotas de sofrimento
24 de ago. de 2010
22 de ago. de 2010
21 de ago. de 2010
19 de ago. de 2010
Eu sem Mim
De egoísmo sem igual
Eu faço tudo solitariamente
Pois se possível fosse
Sem mim o faria também
17 de ago. de 2010
16 de ago. de 2010
Aventura-te
Aventura-te a mão sobre meu corpo
O fazendo girar em abruptos rodopios
Desnorteando-lhe ao sul da cama
15 de ago. de 2010
Feminino
Que santo fizera tão teso milagre
De sorriso boca a boca beija-flor
Bochecha rosada de azul carnaval
Em Fina flor de seda branca
No paraíso imaginário do sol
Poesia sonâmbula para Emiliano 7
Sonambulamente vidrada
Se esvaindo à janela
Deixando-me a sós
Mundo
Oh mundo imundo e cruel
Tua tarde sobre mim se escalda
Chegando a ferir-me os olhos
Tua noite de intenso frio por
Horas a fio desafia minha sorte
E tua manhã não da trégua à tortura
Pois é nela, meu mundo imundo e cruel
Que você desperta.
Filho da Rã
Nasceu corno, viúvo e cansado
Morto de insuportável tédio
Era sapo, o coitado
Nascido de uma Rã safada
Que adorava pererecar.
14 de ago. de 2010
Para Iracema
Preciso ficar silenciosamente noite
Nua deitada sobre o vento manso
Ladeada apenas de escura clareza
Capitão Capital
O livre arbítrio
Regerá tua fé
Fedelho frouxo
Não se medre
Diante a lança do diabo
Nem ante o espinho da coroa de cristo
Deverá temer acima de tudo
O desafeto do Capitão Capital
Seja dele fiel companheiro
E ele lhe protegerá
O céu será teu
E o inferno de outro
Insônia
Ontem acordei noite
Meu sono fora perdido
Um vento farpado arava o céu
Onde o sol adormecia frio
Anal
Cutuco-lhe a bunda com lânguida língua
Para que ela sacanamente grite;
Entre encolhido calado sem bater
Se ajeite de forma folgada
Pregando teus versos de prazer
Matança
No templo do horror
O grito sai mudo
A garganta cortada
A faca no peito
O corpo no leito
Se deixa levar
Princesinha medrosa
Moro na poli do medo velado
Coexisto entre burros burgueses
Onde devo sempre evitar a razão
A visita
Com a verdade entre os dentes
O sorriso sombrio bateu-me à porta
Exalando cheiro de carne morrida
Sentou-se confortável sobre o nada
E serviu-me uma dose de medo azul
O sorriso sombrio bateu-me à porta
Exalando cheiro de carne morrida
Sentou-se confortável sobre o nada
E serviu-me uma dose de medo azul
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