14 de nov. de 2010

A Galinha

                   


                        Ciscando a própria carne
                        A galinha se equilibra
                        Sobre plana solidão

13 de nov. de 2010

  Considerações sobre o voluntário ato de viver

                                               
                                                                    
          
      Nunca percebo o passar do tempo através do relógio, o percebo somente pela alternância da intensidade e direção da luz, ou pelo comportamento metódico de um pássaro ao caminhar no dia. Aprendi antes de tudo contemplar o tempo e a conseqüente transformação de sua incessante passagem.
  Sei agora que, alinhando-me a ele em total cumplicidade de esforço, o forço a se contemplar criando o espaço - tempo me permitindo existir produzindo de forma plena e saudável os alimentos que julgo serem fundamentais para meu bem viver; o pensar, o sentir, o fazer, o amar e o ser amado.
                                                                                 
        Não pretendo obter razão sobre circunstância alguma, pretendo sobre tudo ser feliz, dedicando meu tempo de indefinida duração nas atividades do fazer pleno. Sinto-me hoje mais velho que o tempo, e ser feliz “penso eu,” é sentir o tempo passar de forma  favorável, me possibilitando dedicar desfrutando da arte do viver bem.

         A razão a meu ver subsiste apenas circundada a situações das quais poucas, ou quase sempre nenhuma delas fazem sentido. Sobre as situações, ou melhor, dizendo,as ações nas quais me dedico por inteiro a razão não existe, pois não ha razão de existir.
        Pois se no ato de amar a razão existir, ele, o amor será razoável.
        Se para que o FAZER exista, seja preciso uma razão para tal, esse fazer deixará de existir, e o máximo que poderá ocorrer será a EXECUÇÃO razoável de uma tarefa mental, sentimental ou física, em processo contrario ao FAZER pleno de espontânea consciência.
        Todo desrespeito traz consigo a razão ancorada nas costas, assim como todo desamor traz consigo uma razão marcada no peito. Pois se para que o amor exista a razão não necessita existir,  para que o desamor exista basta apenas que a razão esteja ao teu lado.